domingo, 16 de outubro de 2011

Andrei Tarkovski- ESCULPIR O TEMPO




THOMAS MANN, citado por Andrei Tarkovski
Quando peguei o livro de Esculpir o Tempo, obra escrita pelo cineasta soviético Andrei Tarkovski (Martins Fontes, 1998, fácil de encontrar) numa estante da Livraria Bamboletras em Porto Alegre, fui direto à contracapa. Li isto:
O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes, de dizer tudo com absoluta sinceridade, sem impor aos outros o meu ponto de vista. No entanto, se a visão do mundo transmitida pelo filme puder ser reconhecida por outras pessoas como parte integrante de si próprias, como algo a que nada, até agora, conseguira dar expressão, que maior estímulo para o meu trabalho eu poderia desejar? Este livro amadureceu durante todo o período em que minhas atividades profissionais estiveram suspensas… Seu principal objetivo é ajudar-me a descobrir os rumos da minha trajetória em meio ao emaranhado de possibilidades contidas nesta nova e extraordinária forma de arte – em essência, ainda tão pouco explorada – para que nela eu possa encontrar a mim mesmo, com plenitude e independência.
Gostei. Abri o livro e comecei a lê-lo a partir da primeira página, só parando quando chegou a hora de entrar no cinema. Quando devolvi o livro à estante, lembro de ter pensado se veria algo melhor do que ele; difícil. Alguns dias depois, voltei à Bamboletras, procurei o livro e recomecei a leitura do ponto onde havia parado. Fiz isto várias vezes consecutivas sem nunca comprá-lo, já estava lá pela página 100 das 306 que ele possui.
Então, talvez na quinta sessão de leitura, quando empreendia a procura do livro nas estantes, notei que a responsável pela livraria saía sorridente de trás de seu balcão. Olhei para ela.
– Procurando o livro do Tarkovski?
– Sim, como é tu sabes? – disse, meio sem jeito.
Ela exibiu todos os dentes num sorriso e falou:
– Pô, tu estavas sempre mergulhado nele! Eu o vendi ontem, mas já pedi mais dois.
– Por quê? Este livro deve ser complicado de vender. É de interesse restrito.
– Não é não, é de interesse geral. Vou acabar indicando e vendendo para alguns dos meus clientes. Eu também comecei a lê-lo. É muito bom mesmo. E, se eu não trouxesse mais…, como tu ficarias?
É claro que deixei meu telefone para que a Bamboletras me avisasse quando da chegada do livro e o comprei. Não, caros leitores, não fiquei nem casei com a moça da livraria. Esta história bonitinha, comercial e verdadeira serve apenas para demonstrar quão envolvente é o livro de Tarkovski.
Tenho uma admiração distante por seus filmes. Vi Andrei Rublev nos anos 70 e saí do cinema Vogue eufórico, pois o Milton adolescente nunca tinha cogitado sobre a possibilidade de existirem filmes tão poéticos. Andrei Rublev (1360/70 – 1430) é um monge-pintor russo. O filme tem uma atmosfera parecida com a de O Sétimo Selo de Bergman, mas é muito mais onírico. Há um episódio inesquecível no qual um jovem constrói seu primeiro sino. Ele é filho do sineiro da cidade, que morreu, cabendo a ele lembrar-se de como seu pai fazia e construir o sino. A cena na qual o sino é testado pela primeira vez, o momento no qual o badalo é empurrado para frente e para trás através da força dos braços de um homem quase enterrado no chão e que é apenas entrevisto, está em meus olhos 35 anos depois. Creio ter sido esta a maior emoção que o cinema me passou até hoje.
Depois, vi Solaris e, creio eu, O Espelho com meu pai e não nos entusiasmamos muito. O entusiasmo voltou com Stalker e O Sacrifício, que vi neste século. Não são filmes fáceis e posso afirmar que alguns deles foram vistos como se formados por pequenos episódios que eram maravilhosos, perfeitos, mas eu não conseguia ligá-los logicamente. Durante algum tempo pensei que a grande obra de Tarkovski era o mosaico formado por estas pequenas histórias.
Goethe está certo quando diz que ler um bom livro é tão difícil quanto escrevê-lo. Completo dizendo que se não estivermos à altura da obra, nunca a compreenderemos tal como o autor gostaria. Sempre estive, portanto, muitos pontos abaixo daquilo que o cineasta Tarkóvski requer. Porém, no livro não é assim. Ali tudo é explicado de forma clara, tão clara que fico tentado a rever todos os filmes para finalmente me apropriar deles.
Mas por que lembro justamente de Tarkovski? Melhor dizendo: a que desejo me referir quando falo sobre ele? Creio que desejo apresentar um homem que podia expressar-se artisticamente escrevendo ou filmando, desejo mostrar um homem que não apenas conhecia profundamente cinema e literatura, mas também era conhecedor de música, arquitetura e artes plásticas. Era um homem raro e — nestes tempos de obtusa especialização — sinto falta destas pessoas multifacetadas, que podem nos surpreender ao dar convívio aos assuntos mais díspares dentro de um só cérebro, de um só livro ou de um só parágrafo.



http://www.4shared.com/document/qxd6Ite3/Esculpir_o_Tempo_-_Andrei_Tark.htm

domingo, 2 de outubro de 2011

Frederico Garcia Lorca- BODAS DE SANGUE




Não poderia esquecer o Lorca autor de textos dramáticos. Referirei Bodas de Sangue, texto de grande intensidade emocional. As personagens vivem num mundo rural apresentado como sendo de grande violência e em que o recurso ao assassinato faz parte do quotidiano daquela gente. Nesse mundo, qualquer migalha de chão é quanto basta para distinguir o nível social das pessoas e os casamentos fazem-se a partir dessa distinção e da noção de que devem somar partes equivalentes e não distintas. Não sei até que ponto este texto ilustra a realidade mas com ele, certamente, Lorca quis denunciar práticas que considera injustas e desadequadas.

O enredo é, mais ou menos, este: uma rapariga vai-se casar. Já estivera noiva de outro (Leonardo) mas, tudo indica, fora ela a romper o noivado, apesar do forte sentimento que nutrem um pelo outro. No dia do casamento da rapariga, os dois não resistem e fogem. Naquele momento são os dois casados, e a humilhação feita paga-se com sangue. O excerto que se segue é o diálogo entre ambos, uma vez consumada a fuga. É Lorca a deitar a sociedade espanhola no divã do Dr. Freud.


http://www.4shared.com/document/IwFhKdcX/BODAS_DE_SANGUE.htm

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LelleBelle






Belle 19 anos, é uma violinista que vive em uma pequena aldeia na Holanda. Todos ao seu redor parecem obcecados com o sexo: o namorado, a irmã e especialmente sua mãe. Mas o que interessa para Belle é unicamente seu violino e ela irá em busca de seu sonho, enquanto as audições serão orientadas para uma jornada erótica ela se lança em uma aventura cheia de sexo, desejo e amor



Ficha Técnica

Estado:Em DVD
Título Original:LelleBelle
Gênero:
Elenco:
Joost Bolt (Hendrik)Renée Fokker (mãe Belle)Tom Van Landuyt (Vincent)Charlie Dagelet (Yukshi)Benja Bruijning (Jesse)Anna Raadsveld (Belle)
País de Origem:Países Baixos (Holanda)
Estreia no Brasil:2011
Estreia Mundial:2010
Duração:85 minutos

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Laranja Mecânica (1971)





Titulo Original: Clockwork Orange, A
Direção: Stanley Kubrick
• Roteiro: Anthony Burgess, Stanley Kubrick
• Gênero: Drama/Policial/Suspense
• Origem: Inglaterra
• Duração: 138 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido






O anti-herói do filme é Alex DeLarge, um jovem líder de uma gangue de delinqüentes, amantes de leite drogado e música clássica. Tem por diversão bater, estuprar, matar… Enfim, cometer qualquer brutalidade que tenha vontade, não se importando com as leis ou o senso humanitário. Quando finalmente é pego pela polícia, sofre um tratamento duro de reabilitação. Quando Alex volta às ruas, totalmente regenerado, passa a sofrer com aqueles que antes eram as vítimas.

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Blow-Up – Depois Daquele Beijo (1966)



• Título Orignal: Blowup
• Direção: Michelangelo Antonioni
• Roteiro: Julio Cortázar, Michelangelo Antonioni, Tonino Guerra
• Gênero: Drama/Suspense
• Origem: Itália/Reino Unido
• Duração: 111 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido

Um fotógrafo bon vivant descobre o que parece ser um cadáver e outros detalhes do que parece ser um assassinato ao fundo de uma foto que bateu em um parque. A partir daí, resolve investigar o caso.

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Último Tango em Paris (1972)



• Título Original: Ultimo tango a Parigi
• Direção: Bernardo Bertolucci
• Roteiro: Bernardo Bertolucci (argumento e roteiro), Franco Arcalli (roteiro), Agnès Varda (diálogos adicionais)
• Gênero: Drama/Romance
• Origem: França/Itália
• Duração: 136 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês | Francês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido

Ele é um americano de 45 anos morando em Paris, atormentado pelo suicídio de sua esposa. Ela é uma beldade parisiense de 20 anos, noiva de um jovem cineasta. Sem querer saber os nomes um do outro, estas duas almas torturadas se unem para satisfazer seus desejos sexuais em um apartamento tão vazio como suas trágicas e sombrias vidas. Arrebatados em uma dança carnal frenética que eles parecem incapazes de interromper, esses dois amantes improváveis levam sua paixão a alturas e profundezas eróticas acima de qualquer coisa que eles jamais haviam imaginado…


Sonhadores, Os (2003)



• Título Orignal: The Dreamers
• Direção: Bernardo Bertolucci
• Roteiro: Gilbert Adair (romance e roteiro)
• Gênero: Drama
• Origem: França/Itália/Reino Unido
• Duração: 115 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês/Francês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido

Matthew é um jovem que, em 1968, vai estudar em Paris. Lá ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle e Theo. Os três logo se tornam amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil.

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